Atos dos Apóstolos: Temas Extraído do Livro

 O CONTEXTO DO CRISTIANISMO PRIMITIVO ROMA: A MAIOR POTÊNCIA MUNDIAL DO PRIMEIRO SÉCULO 

A Igreja primitiva surgiu num contexto social, político, religioso e econômico da história. O cristianismo não é uma religião de abstração ou de filosofias especulativas, mas de fatos históricos. Ele traz, entre outras abordagens, uma mensagem sobre eventos que ocorreram no tempo e no espaço. A seguir, consideraremos alguns recortes do contexto do cristianismo primitivo, isto é, aspectos do judaísmo, Império Romano, filosofia grega e religiões, expansão do cristianismo, perseguição e martírio pelo Império Romano.

 O cristianismo surgiu num ambiente de pluralismo religioso pagão, em meio a pressões de movimentos sincretistas e heréticos, que colocaram em risco a unidade da Igreja. Essa também foi uma época de severas perseguições movidas pelo Império Romano. Este rápido crescimento ocorreu, em grande parte, porque a fé cristã tinha um elevado padrão ético – que incluía auxílio aos menos favorecidos, proibição do infanticídio, condenação ao aborto, ao divórcio, ao incesto, à infidelidade conjugal e à poligamia – derivado de um conjunto de doutrinas, uma ortodoxia pela qual se podia lutar, enquanto o paganismo, desprovido de dogmas, era fragmentado em uma multidão confusa de divindade e de cultos que somente com muito esforço mereciam o nome de religião.

 O cristianismo surgiu no contexto de uma relação tensa entre os judeus e o Império Romano. Jesus ensinou claramente o princípio da separação entre os dois reinos com a célebre declaração de Mateus (22.21): “Dai  a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” No seu nascimento e na sua morte, Jesus experimentou a ira das autoridades estabelecidas (Mt 2.3,13; 27.2,11,37; Lc 23.2,8-12), porém o seu maior conflito foi com o sistema religioso, e não com o sistema político. Outras referências aos governantes nos evangelhos são encontradas em Mateus (20.25-26) e Lucas (2.1-2; 3.1-2,19; 13.32; Jo 18.36; 19.11).